quinta-feira, outubro 29, 2009

Alfabetização e a pedagogia do empowerment político”





O conceito de alfabetização está em transformação. Questionamentos sobre como alfabetizar, e o que se entende por alfabetização, permeiam as discussões dos educadores.
O texto em estudo nos mostra o percurso que o conceito de alfabetização vem percorrendo. Dado que o sistema educacional sempre esteve atrelado ao mercado de trabalho, não é de hoje que a escola serve de apoio aos interesses do mercado. Logo, uma pessoa alfabetizada é representada por aquela que decodifica os códigos e faz uso da escrita, pois assim os empregadores não despendem gastos em seu treinamento. Todavia, a alfabetização é diferenciada entre as classes com menor e maior poder aquisitivo.
Gramsci encarou a alfabetização como um conceito e como uma prática social que devem estar historicamente vinculados, por um lado, a configuração de conhecimento e de poder e, por outro, à luta política e cultural pela linguagem e pela experiência.
Para Paulo Freire (1981) a alfabetização não é a repetição mecânica das famílias silábicas, ou tampouco a memorização de uma palavra alienada, mas sim “a difícil aprendizagem de nomear o mundo” (p.39). Logo, alfabetizar não é somente ensinar palavras e proporcionar que o aluno saiba escrever, mas oportunizar que o mesmo interprete o mundo que o rodeia, perceba-o de forma crítica e tenha autonomia de transformá-lo.
Já o analfabetismo pode ser visto não só como a incapacidade de ler e escrever, mas também como um indicador cultural para nomear formas de diferença dentro da lógica da teoria da privação cultural.
Nunca trabalhei com turmas de EJA, mas a leitura deste texto me vez compreender como a alfabetizção de adultos era concebida, sempre com o olhar do mercado, procurando a otimização dos lucros, não situando o aluno adulto como o centro da aprendizagem.

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