SEMANA 4 / ECS 5 - WEBER I

OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO

Max Weber, sociólogo alemão,autor de Ética protestante e o espírito do Capitalismo, conceituava dominação como obediência a um determinado mandato, o que geraria por parte de quem obedece uma submissão. Esta submissão estaria associada a uma diversidade de interesses tais como:

- "considerações utilitárias de vantagens e inconvenientes, por parte de quem obedece";

- depender de mero "costume", hábito cego de um comportamento inveterado;

- ou puro afeto, na mera inclinação pessoal do súdito.

Segundo ele, para que a dominação não se torne instável, estes fundamentos precisariam apoiar-se em bases jurídicas, o que resultaria na legitimidade da mesma. Weber define essas bases de legitimidade da dominação, como sendo de três tipos:

- dominação legal, pois existe em virtude do estatuto, onde seu tipo mais puro é a dominação burocrática. Este tipo de dominação pode ser exemplificada como o que ocorre em uma empresas, onde os direitos podem ser criados/modificados mediante um estatuto previamente aprovado.

Obedece-se não a pessoa, mas o cargo que ela ocupa. Quem ordena também obedece, pois ao emitir uma ordem, esta deve estar subordinada a uma regra ou lei pré-estabelecida. O ideal neste tipo de dominação é proceder sem a menor influencia de motivos pessoais , sentimentos, arbítrio e consideração à pessoa. A obediência está graduada numa hierarquia de cargos, com subordinação dos inferiores aos superiores.

- dominação tradicional em virtude da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhorais há muito existentes. A dominação patriarcal representa seu tipo mais puro de relação. Neste tipo de dominação, quem ordena é o "senhor" e quem obedece é o "súdito". Obedece-se a pessoa em virtude de sua dignidade própria, santificada pela tradição e fidelidade.

Enquanto que na dominação legal direitos podem ser criados, aqui considera-se impossível a criação dos mesmos, pois estão fundamentados na tradição. A fidelidade pessoal do servidor domina as relações do quadro administrativo.

- dominação carismática seria a devoção afetiva à pessoa do senhor e seus dotes sobrenaturais (carisma). Seu tipo mais puro é a dominação do profeta, do herói querreiro e do grande demagogo.

Aqui quem manda é o "líder" e quem obedece é o "apóstolo" (discípulo). Obedece-se exclusivamente à pessoa do líder por suas qualidades e não pela posição estatuída ou dignidade tradicional. Vale salientar que este tipo de dominação só permanece enquanto estas qualidades lhes são atribuídas, ou seja, enquanto seu carisma subsiste. A partir do momento em que é "abandonado" seu domínio também acaba.

A partir destas definições de Weber sobre dominação e relacionando-as à minha realidade, digo que a relação entre professores e direção da escola seria uma dominação legal pois seguimos uma estrutura, obedecendo as regras e ordens que nos são impostas pela mesma.

Já na relação professor/aluno encontramos a dominação tradicional , onde os alunos são subserventes em função de sua educação familiar fazendo isto, seguem uma tradição.

A dominação carismática, representa o momento político que estamos vivenciando, onde políticos com um grau de eloqüência muito grande conquistam a simpatia e a preferência do povo. Gostaria que existisse um pouco desta dominação na relação professor/alunos, pois acredito que dessa forma poderia ser criada uma cumplicidade que favoreceria o processo de aprendizagem.